Friday, March 28, 2008

DEUS SALVE OS COMUNISTAS DO BRASIL

Acabo de ver a inserção regional do PCdoB na tevê.
A Socorro Gomes clamando por um mundo melhor.
É justo, é legítimo, é a lei eleitoral na propaganda e a Socorro, com seus erros e acertos, tem todo esse direito.
Fico pensando no que vem por aí.
Será que vai continuar tudo igual nessa propaganda partidária que teve tempos que pretendia exprimir e espremer e que, com o tempo - mea culpa também na minha insignificância - nem exprime e nem espreme ?
Insisto : as eleições desse ano vão ser um marco divisório nesse tal de marketing político.
Quem quiser ver, verá.
Aquele tal de corte epistemológico.
ERA UMA VEZINHA
( a Universidade e seus saberes )

Conversando com um grande amigo hoje de manhã, sexta, ele disse que me faria uma visita amanhã, logo depois de dar aula na Ufpa.
Aula normal no sábado de manhã ? Pois é, ainda existe.
Lembrei da mestra Paula Chaves.
As aulas delas de História da América eram às terças, quintas e sábados, sete da matina, com tolerância de dez minutos.
Terça e quinta eram mole. Sábado, era danado.
Na época, tinham quatro provas, tres parciais, NP e o NEF, nota de exame final.
Um dia, só faltando a NEF, a professora me chamou e advertiu : - se continuar faltando aos sábados, vai ser reprovado.
Tentei argumentar que minhas notas parciais eram excelentes.
Mestra Paula foi clara : - o aluno que faltar 25 por cento das aulas é reprovado.
Nunca mais faltei aos sábados. Mesmo que tivesse que sair direto do jornal, onde nas madrugadas de sábado, fechavamos grande parte da edição de domingo, direto pra aula.
Com certeza, foram sábados ganhos.

Thursday, March 27, 2008

QUEM, O QUE, ONDE, POR QUE, QUANDO, COMO ?

Dois fatos publicados pela mídia.
UM : o editorial de hoje, quinta, 27 de março, do Liberal, diz que apenas 3 prefeituras do Pará tiveram suas contas aprovadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios, num universo de 54 processos relativos a 2007. E afirma : "apenas tres prefeitos aplicaram adequadamente o dinheiro público do município". Não diz quais.
DOIS: as prefeituras de Santarém e Altamira são citadas nacionalmente como exemplos de boa administração na Educação.
Pergunto eu : cadê as matérias contando essas histórias ? É fato mesmo ou só análise de números, vistos de longe ?
RUBEM FONSECA NA AMAZÔNIA

Nas minhas releituras, peguei "O Cobrador" do Rubem Fonseca, onde tem também o "Mandrake" e me deparei com um conto dele que não lembrava : "Encontro no Amazonas".
É a estória de um matador profissional que pega o navio "Pedro Teixeira" em Belém até Manaus, tentando, no caminho, encontrar seu alvo.
E conta a viagem do caçador, por entre rios, redes, gentes, classes, paisagens.
A caça termina em Oriximiná e não sou eu quem vai contar.
Quem já fez essa viagem, muito mais do que reler ou ler, revê ou vê.
No texto do Rubem Fonseca, um conto de 17 páginas, essa viagem é pura arte.

Tuesday, March 25, 2008

OS PROJETOS POLÍTICOS
( quais são ? )

O diretório nacional do PT não aceita a aliança que o PT,o PSDB e o DEM, regionais, tentam fazer pra eleição de prefeito em Belo Horizonte.
Argumento dos caciques : "o projeto político do PT é antagônico ao do PSDB e do DEM".
Projeto político ? Antagonismo ?
Na minha modesta opinião, projeto político e antagonismo podem fazer a grande diferença nessas eleições de 2008.
E determinar a vitória ou a derrota.
Repito: podem fazer a diferença, o que não significa que vá ser assim.
No caso de Belém, por exemplo, quais são as opções postas, até então, na mesa?
Só pra citar os mais falados: Duciomar, Edmilson, Mário Cardoso, Jatene, Valéria, Priante.
Quais são os projetos políticos e quem é antagônico a quem ?
Hein ?
Projeto político e antagonismo.
São as duas chaves do sucesso das eleições desse ano.
Quer dizer, pra quem quiser sair da mesmice do tudo deve ficar como dantes no quartel de Abrantes.

Monday, March 24, 2008

A VERDADE SOBRE A AMAZÔNIA
( no senso comum da revista Veja )

A capa da revista Veja dessa semana é a seguinte:

A VERDADE DA AMAZÔNIA

Pimba lelê, pimba lelê ou lalá.

Não vi nenhum jornal, nenhum blog, comentar a reportagem da Veja.
O que me deu vontade de fazê-lo foi uma nota do "quintaemenda" dizendo que amanhã o Valor Econômico publica matéria sobre as relações da Vale com o Pará.
Tamos bem na foto. Que foto ?
A Veja edita a matéria em 6 capítulos, todos com um introito. Introito mesmo: Senso Comum, e Verdade.
O que significa, de primeira, que senso comum e verdade não tem nada a ver. São opostos.
Os capítulos, só pra ilustração:
1 - Por que preservar a Aamazônia ?
2 - O grau de desmatamento
3 - O boi, a soja, a madeira
4 - As leis e suas consequências
5 - A ameaça do homem
6 - Propostas para o futuro

A Veja mobilizou um monte de contratados pra fazer a matéria que, com certeza, botaram o pé aqui só pra cumprir a pauta e colocam o Homem só como ameaça. Leia lá os títulos dos capítulos.

Não entendem porra nenhuma de Amazônia, muito menos de Pará e, não tenho dúvidas, a matéria do Valor Econômico sobre a Vale vem no tom de quem não sabe o som da terra.

Não me meto a jornalista experiente no assunto porque não sou.
Mas, sou um leitor experiente.
E, pensando bastante atualmente no que fazemos nós que aqui vivemos e temos, pelo menos, essa palavra desse blog que você está lendo, e muitos e muitos mais.
Erramos. Muito.
Vamos, então, esperar que a gente não tome conta da gente e só ficar esperando quem serão os próximos prefeitos, eleitos pela Vale ou não ?

Depois, pensar no governador, nos senadores, nos deputados.

Pra encerrar, a receita da Veja para
A SAÚDE DA AMAZÔNIA

- "que as leis sejam cumpridas, a ciência aplicada e a vigilância por satélite complementada com extensiva ação policial punitiva aos desmatadores".

Tá escrito na revista. É só ler.

Enfim, esse post não é de revolta, nem de raiva.
É só uma tentativa pequenina para dizer aos que fazem política, façam por todos.

Ou, pelo menos, se informem melhor.
AS PESQUISAS E OS VOTOS
( os números das eleições para o governo do Pará)

Começam a aparecer os números das pesquisas para as eleições municipais desse ano.
É bom, então, lembrar como se comportaram as últimas urnas na eleição pro governo do Estado, em 2006.
Só Belém. Votos válidos.

Primeiro turno:
Almir Gabriel : 40.26 %
Ana Júlia : 33.61 %
Edmilson : 12.59 %
Priante : 12.39 %

Segundo turno :
Ana Julia : 50.43 %
Almir Gabriel : 46.07 %

Brancos e nulos fazem o resto.
Abstenção Primeiro turno : 14.59 %
Abstenção Segundo turno : 16.08 %

Muito bem, pra falar em pesquisas.
Se fosse por pesquisa quantitativa até às vésperas do primeiro turno, o Almir estava eleito por uma boa margem.
Se fosse pela pesquisa qualititativa, o Almir ganhava de 80 a 20 no primeiro turno.
Deu no que deu. Dá no que dá.

Na minha cabeça, pesquisa eleitoral é muito bom pra quem sabe ler a inutilidade dela. Aí, ela vira útil.
O dr. Henry Kayath era um mestre nessa leitura. Ele sabia apontar que o que você lê nos relatórios de pesquisa não está escrito. Errou também, mas que o cara era bom de ler pesquisa, era.

A pesquisa qualitativa na época dos programas eleitorais é feita assim : cerca de 12 pessoas, das categorias sociais definidas pelos patrocinadores - chama-se classes A, B, C, D, E ( o alfabeto das quali só vai até o E ), reunem-se pra ver os progrmas de televisão e, induzidas - o termo é esse mesmo - por um mediador, conversam sobre o que viram, ouviram e pensaram naquele momento. Naquele momento.
E opinam muito mais sobre o que viram do que sobre o que pensam.
Ou seja, falam sobre como os candidatos mostram suas idéias no programa de televisão.

Enfim, um primeiro papo sobre pesquisas.
Mas, políticos e profissionais do ramo tem que pensar que essa ferramenta não tem essa bola toda.

Friday, March 21, 2008

Thursday, March 20, 2008

OS BLOGS

Pra que servem os blogs ? Que papel eles representam hoje na sociedade ? Do cósmico ao pó que a gente pisa ? Capitalismo ou o quê ? Cristianismo, Islamismo, Judaísmo ? Guerras religiosas ou econômicas ? Paulo Chaves ou Simão Jatene pra prefeito do PSDB ? Jesus, Maomé ou Moisés ? Luis Nassif, Mino Carta, Paulo Henrique Amorim ou Reinaldo Azevedo, Lauro Jardim, Eurípedes Alcãntara ? Ronaldo Brasiliense ou Augusto Barata ? Liberal ou Diário ? Globo ou Record ? 1929, 1946 ou 2008 ? Corrupção ou honestidade ? Maquiavel ou Fernando Pessoa ?
Parece coisa de doido. E é.
Não minha, que a minha doidice está nos limites da sociedade, mas, sim, da blogosfera.
A blogosfeira é, hoje, o espaço em conquista. Aliás, escrevi blogosfeira por erro de digitação, mas gostei e mantenho: BLOGOSFEIRA.
O que fazer com blogs que, até hoje, ainda não são produtos vendáveis - por burrice de quem poderia usar essa ferramenta - portanto não dá sustento pra ninguém.
É uma opção pessoal de botar a cara só por querer botar.
O que fazer com essa vontade pessoal de expressão ?
Juro que não sei a esposta.
Tenho pensado muito nisso.

Thursday, March 13, 2008

RIO DE RAIVAS
( um dos livros do grande Haroldo Maranhão )

Ontem à noite, acabei de reler "Rio de Raivas" de Haroldo Maranhão.
Uma obra de ficção que conta História.
Jornalismo e política no Pará.
Deu vontade de citar os nomes dos principais personagens da ficção e perguntar, pra quem quisesse responder , em quem foram inspirados.
Só não resisto à coincidência do símbolo das letras do poder daqueles tempos e de hoje : M e B .

Tuesday, March 11, 2008

HORA DE ESCREVER
(no exemplo de Ademir Braz )

Ademir Braz, no seu Quaradouro, mostrou o primeiro capítulo do romance que escreve. Então, tomei coragem e mostro as primeiríssimas linhas da novela, meio termo entre o conto e o romance, que começo a tentar escrever.
A partir de uma notícia publicada no Liberal, em 30 de dezembro de 2003, contando a história de João Tucum, morador de Placas, na Transamazônica, que foi “torturado, executado e esquartejado” , durante três dias, no meio da mata, por vizinhos seus que o acusavam de ter assassinado o namorado da filha dele.
O rapaz desapareceu e Tucum foi condenado por isso pelos vizinhos. 30 dias depois, o rapaz reapareceu contando que havia se perdido na floresta.
Tarde demais para Tucum, que vivia nas florestas da Transamazônica, pano de fundo, com suas histórias de posses, ocupações, lutas, riquezas, beneficiando poucos, sacrificando muitos - já tenho um razoável material sobre a região - tendo como linha os dramas humanos que vou tentar relatar.
Sei lá se vou conseguir.
NA FLORESTA é o título. Desculpem o amador desse tipo de narração.

NA FLORESTA 1

Primeiro, foi um pé. Na verdade, um resto de pé. Parecia ter sido devorado com avidez pelos bichos da floresta e, quando foi encontrado, só os vermes se interessavam por ele.
A mata da estrada TRansamazônica era fechada, a chuva do inverno paraense não parava e andar pela floresta, principalmente nessa época do ano, a das chuvas, era uma guerra até para os caboclos mais acostumados a se embrenhar por todas as tocas do inferno verde.
Eram 30 homens, armados de facões, lanternas, espingardas de caça, cartucheiras, farinha e carne seca. Há dois dias, vasculhavam cada árvore, cada touceira, cada buraco na terra e na lama.
Por mais macabro que parecesse, o resto do pé acendeu as esperanças nos rostos duros e tensos daqueles homens acostumados a conviver com a violência.
A noite amazônica de março começava a cair, sem lua e sem estrelas.


NA FLORESTA 2

Cícero Romão estava fazendo vinte anos nesse dia. A casa grande de madeira não era nem sombra do que havia sido na sua infância. Nela, só restavam a mãe, bebendo diariamente o passado de ouro e a velha vó benzedeira e cheia de estórias que fazia a alegria e o pavor da garotada com seus sacís, curupiras, botos e cobras grande.
O pai de Cícero havia bamburrado na corrida do ouro do Tapajós na década de 80 e, como a maioria dos garimpeiros da região, perdeu tudo em farras, mulheres, bebedeiras e, principalmente, sendo enganado pelos atravessadores.
O filho único de Severino Romão mantia a casa fazendo tarefas para os fazendeiros, derrubando a mata aqui, roçando ali, abrindo picadas, vivendo entre leras e esteiras.
No dia do seu aniversário, ele acordou cedo, como todas as manhãs, tomou um café aguado, comeu uma canjica, vestiu sua melhor roupa e partiu pra casa de Joana, a namorada de todos os tempos, com quem ele pretendia se casar. E logo.






NA FLORESTA 3

Quando o helicóptero pousou na clareira no meio da mata fechada, o agente federal Augusto dos Anjos, que gostava de dizer que tinha nome e alma de poeta, sentiu um calafrio como há muito não sentia. A última vez que pisou nessas terras, havia a febre do ouro do Tapajós.. A vida de um homem, naquelas épocas, era, literalmente, pesada na balança.


NA FLORESTA 4

João Mutum tinha por hábito acordar as duas filhas antes do sol nascer. Ele gostava que as meninas vissem o sol vindo por detrás das grandes copas das árvores que cercavam sua casa feita de pau a pique, coberta de palhas e chão de terra batida. Gostava também que elas imitassem o canto do galo que era muito mais que um simples galo: era o Gordon, um animal de estimação que João garantia, nunca iria para numa panela.
Não que a comida fosse abundante, pelo contrário. Mas, o Gordon era como se fosse da família.
Nesse dia, o Gordon demorou a cantar e quando cantou, seu canto era triste. Parecia um mau presságio.
João acordou primeiro a mais velha, Joana, com seus dezessete anos de cabelos lisos de índia, um rosto marcado pelo sol mas com aquela beleza nativa que só as caboclas do Pará tem. João tinha uma nítida predileção por Joana, tanto que levou ao feminino o seu próprio nome.


NA FLORESTA 5


Cristino Aragão vivia da memória do ouro e do ódio dos homens. Filho de pai preto e mãe índia, com um metro e noventa de altura e a boca cheia de dentes dourados, era uma figura que nunca passava desapercebida.
No amanhecer amazônico, Cristino pensava naquele resto de pé e sabia que, depois dele, viriam as penas, as mãos, e, por fim, a cabeça.

NA FLORESTA 6
Transamazônica, março de 2004. A estrada estava lisa, as chuvas não paravam e a cabeça dóia.
Na carreta, dez toneladas de mogno arrancadas da selva e cinco homens com um só assunto: o que aconteceu com o jovem Cícero Romão ?
O primeiro a falar foi Raimundo, sempre o mais falador .

NA FLORESTA 7

Um repórter da CNN chegou. Ele e um celular ultra moderno, daqueles que o repórter tirava do bolso e se integrava ao mundo.

Monday, March 10, 2008

UM JORNAL DE CAMPANHA
( o livro do Expedito Leal )

Li o livro do Expedito Leal neste fim de semana em Mosqueiro.
São muitas situações e muitos personagens do jornalismo paraense citados.
Deu vontade de ouvir as versões dos citados que viveram as situações descritas pelo Expedito.
Sem juízo de valor do que foi dito e o não dito, é bom ler um jornalista contando, na primeira pessoa , suas experiências.
MODERAÇÃO DE COMENTÁRIOS

Exclui um post que fiz ontem porque veio um comentário anônimo fazendo acusações a outras pessoas.
Nunca moderei comentários. Vou passar a fazê-lo para evitar que o blog se torne palco de acusações anônimas que nunca foi, não é nem pretende ser seu espírito.
Sinto. Quem quiser assumir acusações, que assine em baixo.

Sunday, March 02, 2008

LLLLLEEEEEEÃÃÃÃÃÃOOOOOOO